Olá cervejeiros e cervejeiras! Tudo
bem?
Há amizades que de tão especiais passam
a fazer parte da família. É o que aconteceu entre este que vos escreve e o
jornalista convidado para esta segunda viagem do Passaporte “Vamos bebeer?”.
O nome do cara é Guilherme Odri e vocês
já me viram homenageá-lo aqui no blog no dia do seu aniversário quando brindei
a data com a Mahou 5 Estrellas. Ocorre que para a minha alegria este amigo –
com quem tenho amizade há quase 15 anos – está curtindo muito a sua vida (por
razões acadêmicas) na Europa e um dos novos prazeres que ele trará na bagagem
para começar a compartilhar comigo é o de apreciar esse maravilhoso mundo das
cervejas.
Por isso, apertem os cintos e vamos com
ele pelos seus relatos e por suas dicas de Madrid a Turim. É o Passaporte “Vamos
bebeer?” decolando pela segunda vez para fechar em grande estilo – com o
jornalismo poético do Guizão – este ano marcante pelas retomadas das atividades
do blog.
Nome completo: Guilherme Odri
Profissão: Jornalista
Idade: 26 anos
Motivo da viagem: Lazer
É necessário começar esse texto com um
aviso à comunidade do "Vamos bebeer?": apesar dos 26 anos acumulados nos dedos
que digitam este relato, minha relação com a cerveja começou tarde – apesar, e
muito por causa, das insistentes investidas de Renan Geishofer, o dono deste
blog. Além de novo, este caso entre este que vos escreve com o objeto de estudo
(e adoração) deste espaço internético é meramente amador. Portanto, seja por
falta de conhecimento ou experiência, as próximas linhas são construídas com
uma única base: o achismo das minhas papilas gustativas.
Dito isso, sinto que é meu dever
situar-los na minha situação: vim passar um ano na Europa, buscando meu diploma
de Mestrado em Jornalismo. Estou morando na Espanha, mas como é sabido, as
viagens internacionais são relativamente banalizadas aqui – do ponto de vista
da logística, claro. Isso significa que, com o planejamento devido, é bem
viável passar um final de semana do mês em um país diferente. Portanto,
aproveitando de minha situação privilegiada, resolvi escrever um pouco sobre
uma cerveja de cada país que eu passei.
Madri, Espanha
A capital espanhola é recheada de boas – e baratas! – opções de cervejas. Logo na saída do Terminal 4 do Aeroporto de Barajas, onde meu voo pousou, há um gigantesco bar da Mahou, provavelmente a mais popular cerveja de Madri. Acredite: ela está por todas as partes. Exatamente por isso, descartei esse rótulo e elegi a San Miguel para ~abrir os trabalhos~. Minha escolha não foi pela tradição. A San Miguel nem sequer é espanhola (foi fundada nas Filipinas, em 1890). Sua sede fica em Barcelona, capital da "rival" Catalunha. A escolha da San Miguel como a minha cerveja favorita de Madri tem uma explicação bem simples: o litro é comercializado no Carrefour por € 1. Existem opções mais baratas nos mercados (como a Argus e as cervejas produzidas pelos varejistas), mas a San Miguel tem uma qualidade muito superior ao preço. Além disso, ela é cerveja oficial do El Tigre, tradicional ponto de tapas da cidade.
A San Miguel é uma Lager de 4,8%
de teor alcoólico. Tem uma cor dourada suave e uma espuma bem leve. Na mesa
deste amador, casa perfeitamente com petiscos salgadinhos e é uma ótima maneira
de começar a noite.
Curiosidade: a San Miguel foi comprada no começo da década pela Danone – que a revendeu (seus 33% do grupo) em maio de 2005. Aloísio Chulapa curtiu isso.
Munique, Alemanha
A segunda parada da jornada no Velho
Mundo foi em Munique, capital da Baviera. Poderia falar que fui pelos milhares
de fatos históricos que se escorrem pelas ruas do lugar, pela arquitetura
bávara ou para conhecer o metrô mais limpo do Planeta Terra, mas dividi o
motivo da minha visita às terras alemãs com mais de seis milhões de pessoas:
OKTOBERFEST.
Cada caneca do Oktoberfest é vendida por € 10. Em termos matemáticos, isso quer dizer que o
festival não permite erros. Me comuniquei com os locais que garantiram: a Hofbräu
Original é a melhor gelada do rolê. Quando em Roma, como os romanos, certo?
Só dediquei meus suados euros a esta tradicionalíssima iguaria local. Os 5,1%
de teor alcoólico foram suficientes para apagar da minha mente qualquer
impressão mais precisa. Mas as manhãs seguintes não eram recheadas de ressaca –
o que só pode ser um bom sinal. Para ter a experiência completa, beba ouvindo
isso aqui:
O nosso colunista curtiu
tanto a festança que mal lembrou de tirar fotos para nos enviar. Nós entendemos!
Desta vez passa! Rss.
Turim, Itália
Fui para a Velha Bota esperando encher
o caneco de vinhos, mas fiquei surpreso quando, no primeiro jantar no local, me
recomendaram a cerveja Theresianer. O rótulo é tradicionalíssimo na
região – data de 1766 –, mas confesso que o que me ganhou foi o rótulo todo
bonitão da garrafa (sou desses). A escolhida foi uma Premium Lager de 4,8%.
O que mais me chamou atenção na cerveja
foi o seu aroma, muito convidativo. Para um amador que bebe qualquer cerveja
que esteja gelada, a Theresianer marcou o lateral e foi uma ótima pedida no
jantar – um hamburgão pesado, que, na teoria, não harmonizava com a bebida
escolhida. Mas, honestamente, funcionou bem.
BÔNUS - Barcelona, Catalunha
Na minha licença poética, a Catalunha é
sim um país independente. Portanto, minha passagem pelo pequeno paraíso
mediterrâneo merece ser contada. O problema é que a cerveja que bebi lá é de La
Coruña: a Estrella Galicia. Geografia nunca foi o meu forte...
O passeio pela orla de Barceloneta
convidava para uns ~bons drinks~. Parei para almoçar em um pequeno restaurante
na beira da praia e pedi um menú completo: por €
12,50, levei uma entrada (uma tortilha de batatas), prato principal (paella),
sobremesa (um sorvetinho de flocos mesmo, porque ninguém é de ferro) e duas
taças da Estrella Galicia, uma Premium Lager de 4,7%. Basta dizer que esse
último item foi o favorito da refeição. O dourado da cerveja brilhava com a luz
do sol e o líquido escorria macio pela garganta. Pode ser que o clima
brasileiro tenha afetado meu julgamento, mas ainda assim, fica a dica: se tiver
a oportunidade, perca uma hora bebendo cerveja em Barceloneta.
Foto de
comida pode ser feia, mas acredite: 'tava incrível