Olá amigos e amigas fãs deste verdadeiro néctar dos deuses
chamado cerveja. Mas o que nos encanta ainda mais é o fato de existirem vários
tipos da bebida e cada um carrega muito história em seu DNA, sem contar nos
sabores que agradam a todos os paladares.
Por isso este autor os convida para entender um pouco mais
sobre quais são os esses diferentes tipos de cervejas.
Sejam bem vindos e bem vindas a este dicionário digital
sobre os tipos de cerveja.
LAGERS
(Pronúncia: laguêrs)
Esse tipo de cerveja é o mais consumido no mundo e
corresponde a mais de 99% das vendas de cerveja no Brasil. As Lagers são
originarias da Europa Central do século XIV e são cervejas de baixa fermentação
ou fermentação a frio (de 6 a 12ºC), com teor alcoólico que varia entre 4 e 5%.
Tem entre seus tipos mais conhecidos a Pilsener, tipo de cerveja
originariamente criada no século XIX na cidade de Pilsen, região da Boêmia da
República Tcheca, e que por isso muitas vezes é chamada de Pilsen ou Pils ao
invés de Pilsener. Mas há também sub-tipos de Lager, que são:
PALE LAGERS (Pronúncia: pêiol laguêrs)
Lagers claras com cor de palha (Pale) são as mais comuns
desse tipo. Mas como há tantos sub-tipos que fica quase impossível decorar
todos, portanto listaremos os mais facilmente encontrados:
PILSNER: essa é a Pale Lager original,
desenvolvida como receita da cerveja Pilsner Urquell. São caracterizadas por um
lúpulo acentuado no aroma e sabor (são um pouco mais alcoólicas e amargas). Também
chamadas de Pilsener e Pilsen. Podem ser encontradas em dois estilos um pouco
diferentes, principalmente devido à escola: Bohemian/Czech Pilsner,
representada pela Pilsner Urquell e Budweiser Budvar/Czechvar, ambas Tchecas e
meio difíceis de encontrar e as German Pilsner, facilmente encontradas nas
representantes Bitburger, Warsteiner, Konig Pilsener e Spaten Pils.
AMERICAN LAGER: é uma cerveja mais leve e
refrescante feita basicamente para matar a sede e para serem bebidas bem
geladas. É o tipo das cervejas mais populares dos Estados Unidos, com exemplos
como a Budweiser e é tambpem o estilo mais popular do Brasil com Brahma, Skol,
Kaiser e Antarctica que são American Lagers - mesmo que elas se intitulem no
rótulo e descrição no verso como Pilsen, talvez até devido a convenção nacional
para a classificação de cervejas. E o teor alcoólico não é tão elevado, o que
propicia o consumo mais elevado da bebida.
PREMIUM: é um tipo das cervejas um pouco
mais lupuladas e mais maltadas que as Standard Lagers (ou seja, são um pouco
mais amargas) e tem como exemplos a Stella Artois, Heineken e Miller Genuine
Draft. Aqui no Brasil há a Cerpa, Bavaria Premium, Brahma Extra, Gold como
alguns exemplos. Mas cuidado. Em alguns casos a palavra Premium é usada para
diferenciar cervejas que são promovidas em situações especiais e não são
necessariamente uma Premium de verdade. Em alguns casos podem simplesmente
significar Lagers com graduação alcoólica acima de 5%.
LITE: variação ainda mais leve que a
American Lager oferecida muitas vezes sob o nome Light ou Lite, como a Bud dos
Estados Unidos.
DORTMUNDER EXPORT: variação da Pilsner com menos
lúpulo, mais suave, feita em Dortmund em 1873.
HELLES: outra variação com menos lúpulo,
mais maltada, feita em Munique. Marcas conhecidas são Löwenbräu Original,
Spaten Premium Lager, Weihenstephaner Original (a cervejaria mais antiga do
mundo) e Hofbräu München Original.
DRY BEER e Japanese Rice Lager: é originária do Japão e feita com arroz tendo
a maior parte do açúcar convertido em álcool devido ao longo período de fermentação.
Por isso e por seu sabor suave é chamada de seca.
RADLER: qualquer Pale Lager misturada
com uma limonada típica alemã, chamada de Zitronenlimonade. Geralmente a
proporção cerveja/suco é de 50/50 ou 60/40.
DARK LAGERS
Lagers escuras também são bastante comuns. Há quatro
estilos mais comuns e facilmente encontrados no Brasil:
MUNCHNER DUNKEL: Dunkel (dânquel) significa
escura em alemão, portanto as cervejas Dunkel são cervejas escuras-avermelhadas
produzidas originalmente em Munique, por isso o nome Munchner. Eram as únicas
cervejas da região da Baviera antes da chegada das tecnologias que tornaram
possível a criação de cervejas claras. Possuem sabor maltado. Exemplos comuns
são Warsteiner Dunkel e Hofbräu München Dunkel.
DARK AMERICAN LAGER: é versão americana da Dunkel
alemã menos maltada e mais suave. Uma representante fácil de achar no Brasil é
a Warsteiner Dunkel.
SCHWARZBIER: é a famosa cerveja preta. Deve
ser preta e não somente escura como a Dunkel. A mais antiga da qual se tem
documentação é a Kostritzer, de 1534 e feita até hoje. Esse tipo é muito comum
em todo mundo e no Brasil, pode ser encontrada como Petra Premium, Eisenbahn
Dunkel e Bamberg Schwarzbier. É uma cerveja suave com aromas que remetem ao
café e ao chocolate. Também é fácil notar a presença de maltes tostados. Não é
esperado que apresente qualquer sabor frutado sendo mais seca. Também não é
doce, portanto não confunda com cervejas do tipo Malzbier brasileiras.
MALZBIER: cerveja escura e doce de
graduação alcoólica baixa na faixa dos 3 a 4,5%. É muito famosa e consumida no
Brasil não possuindo muitos correspondentes fora daqui. Na Alemanha, seu país
de origem, nem é tratada mais de cerveja e sim bebida energética. Inclusive é
pouco classificada em outras fontes, caindo normalmente no grupo de
"outras cervejas com baixo teor alcoólico", já que a Malzbier
original não chegava nem a 1% de álcool por não ter quase nada de fermentação.
Quase toda cervejaria brasileira tem sua versão, portanto basta procurar por
Brahma Malzbier ou Antarctica Malzbier, por exemplo. Trata-se de uma American
Pale Lager na qual, após a filtração, são adicionados caramelo e xarope de
açúcar, ai a coloração escura (que não vem do malte tostado) e o sabor
adocicado.
VIENNA
O estilo Vienna é originário da Áustria de cor marrom
avermelhada, tem corpo médio e um sabor suave e adocicado de malte levemente
queimado. A graduação acoólica varia entre 4,5 e 5,7%. Um exemplo é a mexicana
Negra Modelo, a Dos Equis Ambar e a Samuel Adams Vienna Style Lager.
BOCK
A palavra Bock é resultado da quebra da palavra EinBeck,
cidade natal deste tipo de cerveja. Em alemão também significa cabrito. Por
isso algumas cervejas colocam imagens deste animal em cervejas do tipo Bock. Por
tradição são avermelhadas, mas podem ser também de cor marrom. Possuem um
complexo sabor maltado devido às misturas de maltes de Viena e Munique. A
graduação alcoólica é alta indo normalmente de 6% nas Bocks Tradicionais até
10% nas Doppelbock e 14% nas Eisbock, tipos diferentes de Bock. Outra variação
de Bock é a Maibock ou Helles Bock, uma bock clara, de até 7,4% de álcool. Exemplos
de Bock são a Kaiser Bock, velha conhecida dos brasileiros, e a Paulaner
Salvator, uma doppelbock.
MARZEN
Produzidas na Bavaria durante o mês de março (März em
alemão) especialmente para a Oktoberfest, as Märzen podem ser claras ou escuras
e ficam entre 4,8 a 5,6% de álcool. Também é chamada de Oktoberfestbier.
Chamadas de "As Grandes 6", as cervejarias que produzem este tipo
são: Augustinerbräu, Hacker-Pschorr, Hofbräuhaus, Löwenbräu. Paulaner e Spaten.
MALT LIQUOR
Malt Liquor é um termo surgido nos Estados Unidos para
classificar as lagers fortes que têm alto teor de álcool devido à adição de
açúcar, enzimas ou outro ingrediente em complemento ao malte. Geralmente são
licorosas no paladar e não muito amargas, pois em muitos casos nem levam
lúpulo. Não devem ser confundidas com as cervejas do tipo Barley Wine, que
apesar de também fortes no álcool, alcançam tal graduação devido às técnicas
europeias sem adição de açúcar ou enzimas. Também são chamadas de Super
Strenght e Super Forte. Um exemplo é a Amsterdam Maximator, com 11,6% de
álcool, e a Bavaria 8.6.
ALES
(Pronúncia: êiols)
O que a difere das Lager é o tipo de fermentação que é feita
em temperaturas mais altas geralmente entre 15 e 24ºC. Este é um processo
antigo de fabricação o que fez com que as cervejas do tipo Ale fossem as únicas
disponíveis até meados do século XIX quando foi inventada a baixa fermentação
(Lager). Dada essa “antigüidade”, aliada principalmente à fermentação quente,
os sabores complexos, maltados e lupulados das cervejas Ale são
incomparavelmente mais perceptíveis, sendo cervejas mais encorpadas e
vigorosas. Assim, ao longo dos séculos, surgiram inúmeros subtipos de cervejas
Ale.
PALE ALES
São as Ales claras, com graduação alcoólica de até 6%.
Foram criadas para competirem com as cervejas Pilsen durante a Segunda Guerra
Mundial, portanto compartilham a característica de serem mais suaves. É um dos
maiores grupos de cerveja e possui alguns sub-tipos ou sub-nomes:
AMERICAN PALE ALE: como a Sierra Nevada Pale Ale,
designa as americanas mais claras
ENGLISH PALE ALE: também chamada de ENGLISH
BITTER, ou apenas BITTER, nome usado na Inglaterra por serem mais amargas que
as demais cervejas, como as Porters por exemplo. Podem ser
Standard Bitter, Especial Bitter ou Extra Special Bitter/ESB
BELGIAN PALE ALE: as Ales claras belgas
BELGIAN BLOND ALE: algumas vezes chamadas de Golden
Ale também são as Pale Ales mais douradas e um pouco mais encorpadas
INDIA PALE ALE ou somente IPA: como a Colorado Indica, cerveja carregada em lúpulo, criada
pelos ingleses para aumentar o tempo de conservação da cerveja que seria levada
para as viagens pela Índia. Varia na intensidade de amargor e percentual de
álcool de acordo com o sub-tipo, da menor pra maior: English IPA, American IPA
e Imperial IPA
AMBER/BROWN e RED ALE
Diferenciando-se em coloração principalmente, mas também
acompanhando em corpo e potência, estão algumas outras categorias de estilo:
AMERICAN AMBER ALE: usado na França e Estados Unidos
para classificar as Ales um pouco mais escuras
AMERICAN BROWN ALE: mais escura e maltada e menos
lupulada que suas "irmãs" American Pale e Ambar Ale
ENGLISH BROWN ALE: denomina as inglesas mais
escuras. Podem ser Mild, Southern ou Northern. A New Castle Brown Ale, famosa e
até fácil de encontrar por aqui, é uma Northern English Brown Ale.
RED ALE: avermelhada devido ao uso de um
pouco de malte tostado. Também chamada de IRISH RED na Irlanda. Um exemplo
comercial que desde 2008 pode ser encontrado no Brasil é a Kilkenny Irish Beer,
da Diageo, mesma empresa que faz a Guinness.
ALTBIER
Altbier, ou simplesmente Alt, proveniente da região de
Düsseldorf na Alemanha, seguem o estilo antigo de produção de Ales, antes mesmo
do surgimento das Lagers. É muitas vezes considerada uma ligação entre as
cervejas Ales e as Lagers, por ser feita com fermento de Ale, porém fermentada
em temperatura de Lagers. Podem ser Dusseldorf Altbier ou Northern German
Altbier. Um exemplo desse último estilo é a holandesa Grolsch Amber Ale.
SCOTCH ALE
Ales da escola escocesa que variam principalmente em
potência entre Light, Heavy, Export e Strong.
SAISON
Feitas em Wallonia (Bélgica), as Saison chegam a ser
comparadas a vinhos tintos devido a fermentação e sabores presentes em comum.
BIÈRE DE GARDE
Cerveja de guarda feita principalmente na França, na
região de Pas-De-Calais, as Bière de Garde são feitas para durarem anos e normalmente
têm uma última fermentação na garrafa e muitas vezes são vendidas em garrafas
com rolhas. Janlain Amber e La Choulette são bons exemplos não tão dificeis de
encontrar.
STRONG ALES
Denominação genérica que inclui uma variada gama de
cervejas que podem ser claras ou escuras. Possuem alto teor alcoólico, que vai
de 6 e pode chegar a 12%. Podem ser saborosas e balanceadas, “inserindo”
harmoniosamente o álcool no conjunto, ou podem ser simplesmente fortes e
desbalanceadas, evidenciando a gradação alcoólica. Dentro deste subtipo estão
as Barley Wines - quase tão fortes quanto vinho - e também as Old Ale, como a
Fuller's 1845, agora facilmente encontrada no Brasil.
BELGIAN STRONG
ALES
Produzidas principalmente na Bélgica, estas possuem
algumas caracerísticas diferenciadas que as fazem cair em um agrupamento
diferenciado. Os vários tipos seguem abaixo:
DUBBEL: cerveja do tipo Ale na qual o
mestre cervejeiro adiciona o dobro da quantidade de malte do que uma cerveja
“comum”. Geralmente balanceadas e de teor alcoólico mediano, possuem bom corpo
e carbonatação alta.
TRIPEL: cerveja na qual se adiciona três
vezes mais malte do que em uma cerveja “comum”. Possui, em geral, coloração
amarelo-dourado, creme denso e consistente e a gradação alcoólica girará entre
8 a 12%. Aroma e sabor são complexos, macios e com forte presença de frutas o
que, às vezes, pode lhe conferir um paladar adocicado. Excelente equilíbrio
entre o lúpulo e o fermento utilizado no fabrico.
ABT/QUADRUPEL: são cervejas mais escuras e mais
ricas, utilizando o quádruplo de malte do que em uma cerveja “comum”. O volume
de álcool é sempre forte, muitas vezes ultrapassando os 10%.
GOLDEN STRONG ALE: são as loiras mais fortes e
encorpadas com até 10,5% de álcool, com coloração amarelo-dourado e sabor frutado.
Entram neste grupo: Duvel e Delirium Tremens, entre outras.
DARK STRONG ALE: são as Belgian Ales escuras,
fortes e encorpadas. Cervejas que chegam a 11% de álcool.
BELGIAN SPECIALTY
ALE
São as temperadas (veja mais abaixo), só que belgas.
Também entram aquelas belgas que, por um motivo ou outro, não se encaixam
dentro de nenhuma outra categoria das belgas, portanto caem aqui como Belgian
Specialty Ale.
KÖLSCH
Do berço alemão de cervejas e de coloração dourada é
normalmente mais doce e com menos lúpulo que as suas irmãs. Em muitas receitas
leva vários grãos, inclusive trigo. Pela regra, somente cervejas feitas em Köln
(Colonia) poderiam levar o nome Kölsch, assim como ocorre com o Champagne.
Entretanto, temos casos de cervejas brasileiras, como a Eisenbahn, que oferecem
sua versão.
WEISSBIER (Weizenbier, Wheat Beer ou Cerveja
de Trigo)
Produzida principalmente pelas grande cervejarias alemãs
como HB, Paulaner, Erdinger, Franziskaner e Weihenstephan, é uma cerveja feita
a base de trigo e característica do sul da Alemanha, região da Baviera. São
cervejas claras e opacas, onde sobressai o trigo com o qual foram produzidas,
bem como sabores frutados (banana e maça), cravo e florais. Bastante
refrescantes e de graduação alcoólica moderada (variando entre 5 e 6%), são
opacas e normalmente não filtradas. Produzem, em geral, um creme denso e
persistente. Aqui no Brasil a Bohemia fabrica sua versão, chamada Bohemia
Weiss.
As variedades possíveis são:
Hefeweizen: de cor amarelada-marrom opaca,
pois a levedura não é filtrada
Erdinger Hefeweizen: é a mais conhecida aqui no
Brasil
Kristallweizen: de cor clara e transparente,
leve na degustação. Normalmente é filtrada, não tendo adição de levedura
diretamente na garrafa. Um exemplo é a Franziskaner Weissbier Kristallklar
Dunkelweizen ou Hefeweissbier dunkel: cerveja de trigo escrura, de gosto mais
forte. A Erdinger tem sua versão, aquela com rótulo preto, chamada de Erdinger
Weissbier Dunkel.
Weizenstarckbier ou Weizenbock: cerveja tipo bock com uma graduação alcoólica entre 5%
e 12%. Exemplo é a Aventinus, feita pela G. Schneider & Sohn. Berliner Weisse ou Berlin White (cerveja branca berlinense), de graduação alcoólica
entre 2 e 4% e de cor amarelada e opaca. Por ser levemente azeda e é comum
adicionarem xaropes doces de frutas.
Witbier (Belgian White): esbranquiçadas devido às leveduras e ao trigo
suspenso (daí o nome). Possui um toque cítrico de laranja, já que a casca da
fruta é usada como complemento ao lúpulo. Também leva "coriander",
conhecido por nós como semente de coentro. A marca mais representativa é a
Hoegaarden, além da Unibroue Blanche de Chambly.
Bière Blanche ou Blanche: apenas o nome em francês para as cervejas de trigo
Russ: cerveja de trigo com acréscimo
de suco de limão (Zitronenlimonade), assim como ocorre com a Radler
STOUT
Cervejas negras opacas, dotadas de forte sabor de chocolate,
café e malte torrado e pouca carbonatação. Sua origem remonta à época em que
parte da produção das cervejarias inglesas era destinada à Rússia e aos países
bálticos. Para suportar a viagem, essas cervejas possuíam – assim como possuem
hoje – alto teor alcoólico, variando de 8 a 12%. Sua representante mais famosa
é a Guinness e também apresenta diversos sub-tipos:
Dry Stout
Sweet Stout
Oatmeal Stout
Foreign Extra Stout
American Stout
Russian Imperial Stout
PORTER
Comumente confundida com as Stouts, tem lá sua razão de
ser: o nome Stout surgiu de uma diminuição do nome "Stout Porter",
usado para classificar as Porters mais fortes. Portanto, a Porter é uma cerveja
mais suave que sua parente Stout normalmente com 1 a 2% a menos de álcool. Pra
se ter uma idéia de como uma coisa levou à outra, a cervejaria Guinness
produzia Porters até 1974. As Porters são cervejas escuras, típicas da
Inglaterra e não tão fáceis de se encontrar aqui no Brasil. Podem ser Brown
Porter ou Robust Porter. Outra variedade, chamada Baltic Porter, tem mais
álcool e, apesar de ter começado como Ales, hoje são normalmente Lagers.
LAMBICS
(Pronúncia: lâmbics)
A maioria dos especialistas classifica as cervejas do tipo
Lambic como uma terceira categoria, em separado das Lager e Ale, por causa do
seu tipo de fermentação, que é espontânea. São feitas de trigo, porém não são adicionadas
leveduras no mosto ficando a fermentação a cargo dos agentes naturais, os quais
são encontrados somente numa pequena área ao redor de Bruxelas. Daí a
dificuldade em encontrá-las, bem como o seu preço elevado. Trata-se de um tipo
muito peculiar de cerveja, dotada de uma gama extremamente numerosa de aromas,
os quais vão do frutado (como framboesa, cereja ou banana) ao extremamente
cítrico (como vinho branco ou vinagre). É o tipo mais antigo de cerveja feito
no mundo, fato que, por si só, exige que você as experimente. Seus sub-tipos
são:
LAMBIC-FRUIT
No processo de fabricação, após a fermentação espontânea
ter começado, são adicionadas frutas inteiras como pêssegos, framboesas e
cerejas. A fermentação propriamente dita é realizada pelos microorganismos
presentes dentro da fábrica. Algumas lendas dão conta que as caves onde são
produzidas as Lambic jamais são limpas, a fim de manter o equilíbrio original
dos bolores essenciais ao caráter da cerveja que se quer produzir. Após este
processo, a cerveja permanece por cerca de três anos maturando em barris de
carvalho. Trata-se de uma cerveja cujo teor alcoólico é relativamente baixo
(não ultrapassa os 6%), bem como a carbonatação, o que faz com que o creme,
quando há, não seja denso. As Lambic tradicionais, muito mais ácidas, levam a
denominação “Oud” (velha) a fim de diferenciá-las das jovens e comerciais, mais
doces e balanceadas. No sub-tipo Lambic-Fruit estão as conhecidas Kriek (de
cereja ácida) e as Framboise (de framboesa).
STRAIGHT/UNBLENDED
É a Lambic pura sem misturas de frutas, açúcares ou
misturas de diferentes barris e são pouquíssimos os exemplos comerciais.
GUEUZE
Trata-se de um “blend” de Lambics novas (1 ano) e antigas
(2 a 3 anos), retiradas de vários barris diferentes no processo de fabrico, e
que são engarrafadas para uma segunda fermentação. Geralmente são menos ácidas
e mais balanceadas, algumas assemelhadas ao champagne. Inclusive,
tradicionalmente são servidas em garrafas ao estilo champagne.
FARO
É a Lambic com açúcar. Mais saborosa, leve e sem a acidez
característica das outras Lambics, é o tipo mais aceito pelo mercado. Por outro
lado, perde em complexidade para os outros tipos de Lambics.
OUTRAS NOMENCLATURAS
TRAPISTAS
Não são consideradas propriamente um estilo único, pois
algumas são Dubbel, Tripel ou Quadrupel. Todavia, dado o fato de algumas
cervejas trapistas serem consideradas as melhores do mundo por inúmeros
especialistas, merecem ser “separadas” das outras. A Ordem Trapista
(oficialmente, Ordem dos Cistercienses Reformados de Estrita Observância) é uma
congregação religiosa católica. Seus monges seguem o princípio fundamental do ora et labora, vivendo em grande austeridade
e silêncio. Fazem três votos: pobreza, castidade e obediência. Assim, as
cervejas, fabricadas em pequenas quantidades no interior dos mosteiros muitas
vezes são difíceis de ser encontradas no mercado, já que os monges não as
comercializam com o propósito do lucro, mas apenas para manter o funcionamento
da própria abadia e alguns serviços de caridade. Atualmente, a ITA
(International Trappist Association), entidade criada com o propósito de
definir as regras do estilo e proteger o nome do uso abusivo por parte de
outras marcas, possui como membros apenas sete abadias trapistas, seis na
Bélgica (Westvleteren, Chimay, Orval, Achel, Wesmalle e Rochefort) e uma na
Holanda (Koningshoeven, onde são fabricadas as cervejas La Trappe). A entidade
criou, também, um selo de identificação que só pode ser utilizado em produtos
trapistas autênticos. Algumas cervejas trapistas possuem tempo de guarda de
mais de 10 anos.
ABBEY (ou cervejas “de abadia”)
Também não são consideradas um estilo, mas, diferentemente
das trapistas, as cervejas “de abadia” não possuem origem controlada. Podem ser
produzidas em grandes fábricas e comercializadas normalmente, desde que a sua
receita original tenha sido originária de uma abadia, a qual pode ou não ser da
ordem trapista.
RAUCHBIER
Literalmente, cerveja defumada. Pode ser de vários
estilos, como Marzen e Weizen, desde que usem maltes defumados no seu preparo.
FRUIT BEER
Qualquer estilo de cerveja misturado com frutas ou suco de
frutas. Não confundir com as Fruit Lambics.
TEMPERADAS – SHV
São cervejas de qualquer estilo que acabam não se
enquadrando no mesmo pois são temperadas com especiarias, ervas e vegetais,
alterando a fórmula e fazendo-as fugir das características padrão de cada
estilo. Também chamadas de SHV do inglês Spice/Herbe/Vegetable.
CHOPE
Também chamado Chopp, vem da palavra alemã Schoppe (mais
exatamente do dialeto Alsaciano), nome de uma caneca de quase meio litro. É
nada mais nada menos do que uma cerveja não pasteurizada. Por esse motivo, pode
ter variações assim como acontece com a própria cerveja, seguindo vários dos
estilos acima citados. Por não ser pasteurizado, dura, dentro do barril, cerca
de 10 dias e, após aberto, não mais que 24 horas.
Espero que tenham gostado desta aulinha sobre os mais
variados tipos de cervejas que na medida do possível terão sempre ao menos uma
cerveja sendo analisada aqui neste blog.
Boa leitura e boas degustações a todos!
Fonte: brejas.com.br
Post pra favoritar, imprimir, estudar e guardar pra sempre. Parabéns.
ResponderExcluirMuito legal mesmo. Parabens!
ResponderExcluirBrother, você praticamente fez um intensivao para quem só sabe beber essas nacionais AMERICAN LAGER, e que agora quer se aventurar por outros aromas e paladares refinados da cervejaria... excelente !!! Praticamente é uma mini apostila em seu post , Agora é começar a praticar no campo de maneira práticar rsrs, apurar o paladar e aprende mais e mais. Sensacional o trabalho, Parabéns!
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