segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Vamos Bebeer no lançamento da Cerveja RIS Putnik do Cerrado



Como bom Jornalista, sempre tive meus problemas com as Ciências Exatas na época da escola. De modo que sempre me dava calafrios ser desafiado em exercícios e nas provas para achar o bendito valor do X... Mas, passada quase uma década desde que saí da escola, passei a ter agora uma nova relação com a 24ª Letra do nosso Alfabeto. Relação essa que agora é muito aromática, saborosa e em que só tenho que encontrar um copo limpo, um abridor e uma(s) garrafa(s) na geladeira mais próxima! Digo isso porque conheci em 2016 uma cervejaria brasileira que movimenta muito o Mercado Cervejeiro do Centro Oeste e que passou também a enviar suas produções para o Mercado Paulistano. Apresento a vocês a Micro X!

Tive o grande prazer de poder participar de uma degustação de cervejas da Micro X que foi realizada de surpresa lá no Empório Alto dos Pinheiros (o EAP de São Paulo) no dia 19 de Setembro quando fui à casa para participar do lançamento da cerveja RIS Putnik do Cerrado – uma Russian Imperial Stout produzida entre a Micro X com a Cervejaria Suméria de Santo André (SP). Na correria do final do ano esta publicação ficou pendente e começamos o ano do Vamos Bebeer contando para vocês a origem da cervejaria um suas inspirações. Inclusive, se vocês ainda não conhecem a Micro X, já anotem aí que vocês não podem passar 2017 sem provar ao menos uma cerveja da marca.

A essência dos donos desde o nome da cervejaria

Encontrar o “X da questão” na criação do nome de uma marca é sempre um desafio. E no caso da Micro X parece que a solução foi mais simples do que parece. A origem do “X” vem de como um dos donos da cervejaria é conhecido. Afinal, o nome Alexandre Xerxenevsky não é lá dos mais fáceis de se pronunciar nem de grafar. E dessa dificuldade surgiu um nome fácil de gravar! Quem revelou essa história foi a esposa do Alexandre, a Rogéria Xerxenevsky, que divide o comando dos trabalhos da Micro X com o marido.


Micro X
O casal Alexandre Xerxenevsky e Rogéria Xerxenevsky - Fundadores da Micro X

Rogéria contou que o Alexandre tinha como hobby fazer cerveja e ele foi Bi Campeão em São Paulo (2011 e 2014) nos concursos anuais promovidos pela Acerva Paulista. Em 2011 ele levou a melhor com a receita da cerveja Angel (a Tripel Carro-Chefe da Micro X) e que foi produzida em 2014 na Cervejaria Bamberg (de Votorantim/SP) e em 2014 ele ganhou com uma Märzen-Oktoberfest que foi produzida na Invicta (Ribeirão Preto/SP). “E essas produções que aconteceram no mesmo ano acabaram nos animando muito porque também venderam muito rápido. Aí deu vontade de iniciarmos esse trabalho”, relembra.

Disputa na Certidão de Nascimento

Por ser a Primeira Microcervejaria Cigana do Centro Oeste (trabalho iniciado em Dezembro de 2014), a Micro X já chegou ao mercado local fazendo um bom barulho e logo caiu nas graças do público consumidor. Mas, como o próprio nome define, uma Microcervejaria Cigana não tem um “Teto Fixo”. E foi justamente por causa disso que logo surgiu uma disputa (ao meu entender muito saudável e divertida) entre o público de Brasília e Goiânia que querem transformam cada cidade como sendo a Legítima Cidade Natal da Micro X. “Nossa comercialização começou em Brasília e como a cidade não pode ter fábricas por conta da complicada Legislação Ambiental, produzimos as cervejas em Goiânia e, por conta disso, há essa ‘disputa’ entre as cidades”, explica Rogéria.

Só que há outra cidade pelo caminho da Micro X: Contagem (MG). Foi lá onde eles realizaram a produção dos primeiros dois lotes que foram direto para o mercado da Capital Federal com o enfoque de se apresentarem como sendo produtos regionais. Até o momento em que conheceram uma fábrica na região de Goiânia onde estão até hoje.

Inventividade como principal essência

É muito comum vermos no Mercado Cervejeiro uma infinidade de marcas que se apresentam como sendo geradoras de receitas muito criativas, inovadoras e diferenciadas. O que na prática não se comprova de fato em muitos casos. O que o Vamos Bebeer entende não ser o caso da Micro X. Tanto é que a marca – que, claro, ainda dá seus primeiros passos no Mercado – procura justamente se destacar com o pensamento de que não se devem ter concorrentes, mas sim, parceiros em prol do crescimento da Cultura Cervejeira no Brasil. Prova disso foi a criação do Acampamento Cigano Beer que consiste em serem convidados amigos do Sul/Sudeste para fazerem cervejas no Centro Oeste. “Assim movimentamos o nosso mercado local e conseguimos mandar um pouco das nossas referências do Cerrado para o Sul do país”, destaca Rogéria. O resultado? Interessantíssimas cervejas autorias produzidas nessas parcerias.

“Nesses dias de brasagem, abrimos as portas de fábrica para o público visitar e vendemos os chopes bem baratinhos, temos Food Truck... E fazemos esses contatos só quem faz parte da nossa história. Por exemplo, eu me formei com o Marcelo Ribeiro (proprietário da Suméria) no Curso de Sommelier de Cerveja. E ficamos sempre muito contentes que todas as produções sempre esgotam nossos lotes na região. É uma loucura a aceitação que nós temos! Além disso, como usamos muitos insumos naturais temos que ficar de olho nas sazonalidades deles”, aponta Rogéria.

A linha Micro X

LINHA FIXA E SAZONAL

Cervejas Micro X

  • Blanche do Cerrado - Witbier
  • Angel Tripel – Belgian Tripel
  • 61 IPA – American India Pale Ale
  • Oberkorn – Oktoberfest-Märzen (Produção Sazonal)


PRODUÇÕES DO ACAMPAMENTO CIGANO BEER

Acampamento Cigano Beer


  • Bela e Recatada – American Wheat Beer (Produção Colaborativa em Parceria com a Urbana - Cervejaria Cigana da capital paulista e que leva os frutos taperebá e cagaita)
  • Caramel – Imperial Brown Ale (Produção Colaborativa em parceria com o renomado “Chef-Cervejeiro” Ronaldo Rossi e que levou 100 quilos de caramelo na receira)
  • Noite do Cerrado – Black Rye IPA (Produção Colaborativa em parceria com a Jupiter)
  • RIS Punik do Cerrado – Russian Imperial Stout (Produção Colaborativa em parceria com a Suméria com frutos do Cerrado Baru e Jatobá)
  • Angel Dust - Belgian Double IPA (Produção Colaborativa em parceria com a Cervejaria Dogma)


Ainda segundo a cervejeira, a Blanche do Cerrado foi produzida pensando no mercado da região de Goiânia que é muito quente. A cerveja foi introduzida pela 1ª vez no evento Piri Bier em Pirinópolis e o evento “bomba muito!”. “São quatro dias de feriado e como não há grandes concorrências de outras atrações turísticas na cidade, todo mundo lota o evento. E como já tínhamos a Angel que é mais forte para o calor, pensamos em outro rótulo para levarmos a esse que foi o nosso primeiro grande evento com contato com o público. Não sabíamos o que ia dar. E vendemos toda a nossa produção. Imaginem só um calor de rachar o coco e o pessoal tomando Angel?! Tivemos que desconectar as duas chopeiras da Blanche e deixamos a Angel rolar. Saia uma atrás da outra secando um barril de 30 litros em 40 minutos. O publico é louco pela Angel e ela virou a nossa queridinha!”, relembra Rogéria.

Veio o final de mais um ano e a vontade de produzir uma American IPA. Estava pensada a receita da 61 IPA que logo que foi lançada virou a segunda mais vendida da marca. “Foi uma homenagem à Brasília porque também moramos lá por dois anos e o povo de lá gosta muito de IPA. E como lá é quente, ela ajuda a aliviar o calor”, pontua.

As vendas em São Paulo começaram no início de 2016 e logo tiveram boa aceitação do público, segundo Rogéria, que destaca também o fato de as cervejas terem representação direta na cidade através da distribuidora Red Flag Bebidas.

E a RIS Putnik do Cerrado?
Micro X
Como destaca Marcelo Ribeiro, essa foi a Terceira Colaborativa produzida pela Suméria. A primeira foi com a Lund (Ribeirão Preto/SP) que foi a Lion Polski, a segunda foi a Olívia APAlito com a Quinta do Malte e na sequência a RIS Putnik do Cerrado.

“Foi uma das melhores experiências que tivemos. Ela é uma Russian Imperial Stout complexa e não é uma cerveja fácil de você fazer (por ter muito malte torrado a produção é mais demorada - levou cerca de 20 horas para produzir). Foi um desafio legal e uma grande experiência nessa nossa primeira experiência fora de São Paulo. Destaco muito o fator da brasilidade dos ingredientes. Além, claro, do desenho do rótulo que foi uma produção nossa. Uma mistura de cordel, o 1º satélite russo lançado que caiu no cerrado... Mais uma façanha do nosso designer Diego Carvalho!”, analisa Ribeiro.

Vamos Bebeer Analisa

Suméria
Como espero em toda Russian Imperial Stout, a RIS Putnik do Cerrado entrega logo de cara coloração escura e espuma de boa formação e persistência. Logo quando fui sentir o seu aroma, já tive a primeira grata surpresa: o toque de banana passa (raros em produções desse estilo). E segundo Marcelo Ribeiro, essa nuance aromática se dá pela presença do Jatobá na receita. Logo na sequência noto os tradicionais toques de café e chocolate. Na boca também se repetem café e chocolate, porém, mais uma surpresa: o corpo mais baixo da cerveja. Ou seja: é uma cerveja “perigosa” e sedutora. Afinal, como sentimos pouco peso, podemos ir nos entusiasmando a cada gole esquecendo que essa cerveja tem 12,5% de Teor Alcoólico. Os 90 de IBU indicam também ser uma cerveja mais indicada para paladares mais acostumados com amargor. É sem dúvida alguma uma das melhores cervejas desse estilo que já tomei e certamente quem BEBEER esta cerveja terá uma experiência gastronômica bem interessante. Sugiro com ela uma harmonização clássica: brownie com uma bola de sorvete de creme.

No Site da Micro X vocês encontram as cervejas, copos e demais itens a venda em sua Loja Virtual Oficial a preços bem convidativos.

Agradeço muito pela carinhosa recepção dos amigos Rogéria e Marcelo nessa noite e espero que possamos continuar próximos ao longo de 2017!

Um forte abraço a todos e VAMOS BEBEER!