terça-feira, 17 de março de 2015

Vem aí o novo Vamos Bebeer!

Olá cervejeiros e cervejeiras! Tudo bem?

Sei que nossa relação nunca foi a mais estável e que o blog sempre prometeu mais constância de postagens para vocês. Inclusive, este editor que vos escreve já passou um bom tempo buscando – sem sucesso - uma melhor organização para não abandonar o blog por tanto tempo. Afinal, blogueiro também trabalha. Rss.

Porém, retomo contato com vocês para dizer que a página está em processo de mudanças em sua linha editorial e até mesmo em seu layout para que aconteça uma mudança total na forma como me comunico com vocês para que, enfim, a página cumpra o seu papel de lhes oferecer informação cervejeira de qualidade. Por isso, só peço mais um pouco de compreensão de vocês porque estou me preparando para estabelecer um contato mais próximo e com mais qualidade com vocês.

Vem aí o novo Vamos Bebeer!

E vocês não perdem por esperar... ;)


Um forte abraço a todos e VAMOS BEBEER!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Passaporte “Vamos bebeer?” – Com Giovanna Rossin

Olá cervejeiros e cervejeiras! Tudo bem?

Iniciamos o mês de fevereiro com a retomada da coluna Passaporte “Vamos bebeer?”. E quem nos traz as primeiras dicas do ano é a jornalista Giovanna Rossin.

A Giovanna ainda está no começo da sua carreira, mas já acumula experiência de ter trabalhado por mais de um ano na Revista VIP, passou seis meses em um site sobre aeroportos e desde o meio de 2014 vem atuando como jornalista freelancer. Ela até já tentou a sorte como modelo, mas saiu correndo porque não gostou e achou que o trabalho não era para ela. Como ela mesma diz.

E ela nos relata nas próximas linhas como foram especiais os momentos em que durante suas andanças pela Europa pôde degustar cervejas em Dublin, Bruxelas e Lyon.

Vamos com ela?


Nome completo: Giovanna Rossin
Profissão: Jornalista
Idade: 23 anos
Motivo da viagem: Lazer

Dublin - Irlanda

Fábrica da Guinness em Dublin

Quando penso nas melhores cervejas que tomei na Europa, logo me lembro da fábrica da Guinness, em Dublin - um motivo de orgulho para os irlandeses.

Era dezembro de 2013, época em que todos já estavam no clima de Natal e a cidade estava lotada de turistas. Tudo, até o frio, contribuiu para que minha experiência por lá fosse incrível. Antes de aproveitar os pubs, fui conhecer o lugar que é considerado um dos principais pontos turísticos da cidade. A fábrica é enorme, tem vários andares e nos conduz a uma viagem pelo mundo daquela cerveja.

Fábrica da Guinness em Dublin

Conhecemos os ingredientes, o modo de preparo, métodos de conservação, as propagandas icônicas de cada época, a loja completa, e, finalmente, aprendemos a maneira ideal de servi-la. Nessa última etapa, um sommelier nos ensina a esperar o momento certo de decantação e até a inclinação perfeita do pint, que é a medida de cerveja mais comum para eles.

Depois de servirmos nosso próprio copo, ganhamos um diploma. É apenas uma brincadeira, mas com certeza essa visita me fez degustar a Guinness, uma cerveja densa e saborosa que eu nunca tinha tomado no Brasil, de maneira diferente. Mas a parte mais bacana vem ainda depois daquele mini-curso, que dura cerca de meia hora, já que é feito em grupo.

Todos que visitam a fábrica têm direito a pedir um pint no bar, que fica no topo do prédio, cercado de vidro, com vista 360° de Dublin. À noite fica ainda mais bonita, por isso recomendo uma visita no final da tarde, lá para às 17h, quando fecham os portões, ainda que seja permitido continuar no bar. O ingresso para adultos custa 16,20 euros e para estudantes 14,50.

Fábrica da Guinness em Dublin

Bruxelas - Bélgica

Delirium Café Bruxelas
Certamente, outro grande momento foi quando estava viajando sozinha pela Bélgica.

Não conhecia ninguém na cidade, mas, durante o walking tour, fiz amizade com outros seis viajantes, que, para minha surpresa, também estavam sozinhos, e decidimos conhecer o famoso Delirium Café.

É um dos pubs mais agitados de Bruxelas, mas fica meio escondido, em um beco próximo à famosa Grand Place. Tem dois andares, vários ambientes, decoração típica de pub e costuma receber bandas de rock ao vivo. Está sempre lotado, desde o happy hour até altas horas da madrugada.A carta de cerveja deles é gigantesca, parece uma antiga lista telefônica, com mais de três mil itens (recorde mundial pela maior variedade de cervejas). Em meio a tantas opções, organizadas por nacionalidade e ordem alfabética, escolhi o carro-chefe da casa, cerveja homônima ao bar, Delirium Tremens, outra que experimentei pela primeira vez na vida.

Até hoje considero uma das minhas preferidas - algo que confirmei quando tomei de novo aqui no Brasil, onde é bem mais cara. Lá é um ótimo lugar para tomar essa e muitas outras cervejas porque lá você encontra as mais variadas possíveis e, de quebra, curte um dos bares mais legais da noite belga. Não lembro quanto paguei a taça, mas creio que não passava de 6 euros. A entrada é gratuita.


Delirium Café Bruxelas

Delirium Café Bruxelas

Delirium Café Bruxelas

Lyon - França


A terceira cerveja mais memorável foi uma Kronenbourg 1664 Blanc, à temperatura ambiente, que tomei, também pela primeira vez, no dia de Halloween em Lyon, cidade francesa onde morei ano passado.


Apesar de ser um pub tradicional, o Saint-James tem um toque diferente porque fica no bairro mais charmoso da cidade, chamado Vieux-Lyon, ou velha Lyon.

É uma das cidades mais bonitas da França e, apesar da tradição do vinho naquela região, a província de Rhône-Alpes, tive boa surpresa com a cerveja francesa - saborosa e agradável mesmo no frio.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Cerveja: Itaim Pale Ale


Olá cervejeiros e cervejeiras! Tudo bem?

Depois de um período de descanso prolongado após o Natal e o Ano Novo, o “Vamos bebeer?” começa a retomar nesta sexta-feira as atividades em 2015. Inclusive, este que vos escreve espera que vocês leitores tenham curtido muito os dias de descanso no final do ano e que 2015 já tenha começado com ótimas perspectivas de trabalho e de grandes realizações nas suas vidas.


E para iniciarmos este ano – que com toda a certeza será o mais cervejeiro da história –, aproveitamos este final de semana para publicarmos um texto diferente dos que já foram produzidos sobre todas as 37 cervejas já indicada no blog. Ocorre que será a primeira vez que indicaremos um chope e um brewpub. Portanto, a cerveja do dia é a Itaim Pale Ale do brew-pub francês Les 3 Brasseurs.


Inclusive, se você acha que francês não entende de cerveja é bom começar a rever seus conceitos. Afinal, o “Vamos bebeer?” garante que só é possível fazer bico com esta cerveja se for para dizer o nome da casa.

Quem acompanha as publicações do blog nas Redes Sociais pode lembrar que em novembro do ano passado – no dia 28 de novembro para ser mais exato – fizemos uma homenagem à casa por ocasião do seu aniversário de 1 ano de operação na filial paulistana. E como ficou prometido naquele post, convidamos vocês a nos acompanharem pelas próximas linhas para saberem mais sobre esta cerveja e um pouco sobre a casa.

O Les 3 Brasseurs


Sabemos que a França é muito famosa pela produção de vinhos e queijos, mas a posição geográfica que o país ocupa na Europa (entre a Alemanha e a Bélgica) serve como fator importante para que o seu povo também acompanhe - há bastante tempo - a produção e o consumo de cervejas.

Tanto que em 1985 foi fundada (na cidade de Lille) a microcervejaria Les 3 Brasseurs cujo nome (“Os 3 Cervejeiros” em tradução livre para o português) faz menção aos três Mestres Cervejeiros que foram responsáveis pela fundação da cervejaria. O trio tinha dois objetivos bem simples: produzir a mesma cerveja (algo comum em microcervejarias europeias) e vender a bebida no mesmo local. Esse conceito de consumo rapidamente se espalhou pelo mundo no que hoje conhecemos pelo nome brewpub (Cervejaria-Bar em tradução livre).

E em 28 de novembro de 2013 o Les 3 Brasseurs iniciou suas operações no Brasil e logo de cara conquistou o público cervejeiro da cidade que encontrou na casa ótimas cervejas – sempre frescas – e pratos bem preparados que transformam a visita do cliente em uma completa experiência gastronômica.

A cerveja Itaim Pale Ale

Dona de aroma e amargor equilibrados, sendo ideal para o consumo todos os dias (ainda mais nos quentes) por ser muito leve e refrescante, a Itaim Pale Ale se tornou uma das cervejas mais interessantes que o jornalista Renan Geishofer (editor deste blog) já experimentou.

Afinal, é uma cerveja de estilo inglês, produzida em um brewpub francês em São Paulo pelas mãos de um Mestre Cervejeiro que estudou na Alemanha. É ou não é uma cerveja com a cara da miscigenada gastronomia paulistana?

Por isso, esta é a cerveja indicada pelo “Vamos bebeer?” para ser a cerveja a ser consumida neste final de semana para celebrarmos o 461º Aniversário de São Paulo. E ainda em um dos bairros mais boêmios da cidade.

E esse tal Mestre Cervejeiro é Wellington Aristides Silva que recebeu o “Vamos bebeer?” para um bate papo no final de novembro e nos contou toda a história sobre a cerveja.

Acompanhe abaixo a entrevista completa:

“Vamos bebeer?” - Sabemos que nos primeiros meses de operação da casa a Itaim Pale Ale estava em processo de experimentação do público em que se estava estudando a adição de mais lúpulo ou se deveriam tirar mais um pouco dele. Depois desse primeiro ano de operação da casa, como está essa questão?

Wellington – Hoje ela é uma cerveja bem aceita pelo público do bar sendo a segunda mais consumida da casa ficando atrás apenas do chope Blonde – que é o nosso “chope de entrada”. De novembro de 2013 até novembro de 2014 (quando esta entrevista foi realizada) ela teve pequenas transformações na quantidade de lúpulo, alguns retoques na composição de maltes e o resultado é uma cerveja mais clara do que era antigamente – que também era mais turva. Talvez tenha encontrado um pouco de dificuldade de aceitação do público Itaim no começo porque era muito turva. O que nos motivou a deixá-la descansando mais no processo de maturação.

VB – Quais os insumos utilizados?

W - São todos importados porque infelizmente o Brasil ainda não produz um insumo de qualidade. O lúpulo utilizado é o Cascade (Estados Unidos) que dá mais presença de aroma à cerveja – usado também no Dry Hopping (processo que deixa a cerveja com amargor mais herbal dando à cerveja maior sensação de refrescância); o Bramling Cross (em forma de flor que vem da Inglaterra) que dá um contrabalanço mais terroso à cerveja para não deixá-la tão cítrica e o Saaz que entra no final da fervura para dar um toque herbal. Três lúpulos que deixam a cerveja bem aromática. Uso também o malte Pilsen como base que são o Munique, Trigo e um pouco de malte Cristal.

VB – E a produção em litros mensal/semanal?

W – Até agora (em dados do final de novembro de 2014) já produzimos 115 mil litros desde 28 de novembro de 2013 de todas as cervejas. A Itaim Pale Ale deve representar 30/35% dessa produção. E a produção semanal da casa está na casa de 3 a 4 mil litros com mil litros de Itaim Pale Ale sendo produzidos por semana. São, portanto, quatro brasssagens por semana que rendem mil litros em cada uma.

VB – Como foi o processo de criação para o desenvolvimento de uma cerveja que homenageia o bairro?

W – A ideia partiu dos mestres cervejeiros franceses e já chegou por aqui com 60% do processo de desenvolvimento já em andamento. Então a finalização foi elaborada por nós aqui no Brasil. Eu acabei acompanhando desde o começo porque foi na época em que eu cheguei ao grupo. Começamos – junto com os mestres cervejeiros franceses - a fazer uma Pesquisa de Campo sobre os hábitos de consumo da cerveja Pale Ale e o que clientes e amigos esperavam da cerveja.

O produto foi sendo aperfeiçoado depois de colocarmos o produto na casa como protótipo. Tivemos uma aceitação legal por ser uma cerveja interessante e sempre tinha aquele cliente mais crítico que nos relatava que faltava alguma coisa na cerveja esperando um amargor maior ou uma presença de corpo mais intensa.

Fomos estudando e temos hoje o produto que acabou sendo uma cerveja adaptada ao gosto do nosso público. E com mais de um ano de operação da casa vemos que o público está sabendo muito mais de cerveja.

Inclusive, temos alguns “clientes chave” que vêm aqui e nos trazem informações. E a profissão de mestre cervejeiro requer essa sensibilidade de saber o que o cliente espera. Portanto, temos agora uma demanda qualificada e que não aceita mais consumir cerveja “goela abaixo”.

A cerveja está com receita fechada e foi a primeira cerveja criada no bairro do Itaim (sendo a única cerveja desenvolvida com exclusividade para a casa do Brasil).

VB – Então vocês foram a fundo nesse processo de pesquisa sobre o bairro, hein?!

W – Sim. Teve há muito tempo atrás a cervejaria artesanal DaDo Bier que foi uma das primeiras a trazer a cerveja artesanal para a cidade nos anos 1990. Mas a cerveja 100% Itaim é a Itaim Pale Ale do Les 3 Brasseurs.

VB – Há também aquele apelo mais glamouroso do bairro, não?!

W – Eu acho o Itaim muito curioso. Muitas pessoas acham que o bairro é muito chique e esnobe. Mas há pelos menos 20 anos ele era um outro bairro que ficou mais elitizado por causa das empresas que vieram para cá. Os moradores mais antigos do bairro são pessoas muito simples e o local tem clima de interior só que com a presença de prédios.

Há quem pense que há também um lado mais glamourizado por conta de a casa ser francesa e ter esse nome francês. Mas somos um bar simples e honesto. Até porque a degustação da cerveja tem que ser mais simples.

Bandeira do bairro do Itaim Bibi
Bandeira do bairro do Itaim Bibi
VB – E o nome Itaim ajudou a reverberar pelos quarteirões do bairro para o público vir experimentar a cerveja...

W – Com certeza. E teve também o lance de termos usado a bandeira do bairro que tem uma história muito bacana. Aí tentamos transformar esse orgulho dos moradores em uma cerveja. Tanto que os moradores do bairro são os que mais consomem a Itaim Pale Ale. Fica bacana essa identificação do público. E também há quem chega e quer saber como é essa cerveja do bairro.

VB – E você costuma rodar pela casa para conversar com os clientes?

W – Já fiz muito isso. Lógico que o meu trabalho demanda muito tempo, atenção e não posso estar fazendo a cerveja e ainda ficar saindo para lá e para cá. Mas quando tenho tempo vou até a mesa para tirar dúvidas dos clientes que querem saber quem é o Mestre Cervejeiro, qual é o tipo da cerveja e etc...

Porque independentemente de divulgarmos a casa e a nossa cerveja, queremos que as pessoas saibam realmente o que é a cultura cervejeira, o que estão bebendo e o que está sendo utilizado. Assim essa informação se expande e teremos uma cultura cervejeira sólida no país e o Brasil poderá ser um país de tradição cervejeira. Estamos caminhando para isso. Temos muitos bons Mestres Cervejeiros, muitas boas cervejas e cervejarias artesanais e queremos que o Brasil seja um protagonista no mundo cervejeiro. Isso é o que me motiva!

Harmonização

O cardápio da casa sugere os seguintes pratos que melhor harmonizam com a cerveja. São eles:

Hot Dog 3B (com batatas fritas, salada, tomate, degustação de mostardas e batata palha – R$ 32,00)

Hambúrguer Itaim (170g de hambúrguer de Fraldinha, bacon, pimentão conflitado, cebola, alface, tomate, queijo de cabra e molho 3B – R$ 37,00)

Flamme Paulistana (com mussarela, tomates cerveja, lascas de pimentão, presunto cru, rúcula e manjericão - R$ 44,00)

Flamme Chèvre Miel (com queijo branco, queijo de cabra, cebola, tomate, bacon e mel – R$ 48,00)

Inclusive, a Flamme é outra exclusividade da casa. Uma massa em formato quadrado feita sem fermento e à base de cerveja preparada com vários sabores. E como diz Laurens Defour, diretor geral da cervejaria no Brasil, “É o filho do casamento entre a pizza e o crepe”.

Todas as harmonizações, segundo Wellington, foram pensadas para “tornar o nosso produto viável junto à nossa comida não apenas no sabor como também para que tanto o prato quanto os chopes possam ser degustados em quantidades sem que um atrapalhe o outro”.

Seu bolso pergunta

Há várias quantidades de chopes que podem ser consumidas na casa. O chope Itaim Pale Ale (de 5,7% de teor alcoólico) tem preço que varia entre R$ 7,50 (por 250 ml) até R$ 135,00 (por 5 litros).


Serviço da casa
Endereço: Rua Jesuíno Arruda, 470 (Itaim Bibi – São Paulo/SP)
Telefone: (11) 3167-4145

O “Vamos bebeer?” agradece ao Mestre Cervejeiro Wellington Aristides Silva e ao Gerente da casa Joy Veronez pela receptividade e à Assessora de Imprensa Scheilla Lisboa por viabilizar a entrevista.

Inclusive, o blog voltará à casa durante o ano para produzir uma reportagem completa sobre o Les 3 Brasseurs e sobre o processo de produção das cervejas. Aguardem!