Rivalidades a parte, devemos reconhecer que
a Argentina é um país que sabe produzir boas cervejas. Uma delas é a Quilmes –
talvez a mais famosa – e que é a nossa sugestão cervejeira deste post.
A Quilmes é fabricada pela Cervecería y
Maltería Quilmes e tem a seguinte filosofia: “Quilmes, el sabor del encuentro”
(em português: “Quilmes, o sabor do encontro”). A cervejaria foi fundada em
1888 pelo empresário germano-argentino Otto Bemberg, nascido em 1827 e que
migrou para nossas terras vizinhas em 1850 e casou-se com María Luisa Ocampo,
filha de fazendeiros locais.
Em 1860 Otto foi nomeado cônsul-geral em Paris
onde ficou até 1867. Mas antes de partir estabeleceu sua primeira empresa de
fabricação: a Franco Argentina Brewery. Em Paris ele também estabeleceu a Sociedade
Anônima das Cervejarias Argentinas e seu filho, Otto Sebastián, se matriculou
na Universidade Técnica de Munique onde se tornou um Mestre Cervejeiro.
Bemberg conseguiu ajuda do governo para estabelecer
colônias agrícolas na então praticamente subdesenvolvida Província de Santa Fe,
uma das regiões agrícolas mais produtivas do país. Mantendo os interesses
financeiros em Paris, Otto e seu filho fundaram a Cervejaria Quilmes em 1888 inaugurando
a fábrica de cerveja e engarrafamento. A instalação foi a maior e mais avançada
na Argentina. Bemberg morreu em Paris em 1896 e seu filho Otto Sebastián continuou
os negócios levando a Quilmes a uma posição de destaque no mercado local.
O filho de Otto Sebastián, Otto Eduardo,
passou a tomar a dinastia para o seu apogeu em meados do século 20. Em agosto de
1929 ele teria tido uma premonição sobre o crash da bolsa de Nova York em um
sonho. Rapidamente ele vendeu todas as suas ações e compraram 400 toneladas de
ouro salvando sua família da ruína financeira. Seu filho, Carlos Miguens
Bemberg foi o último membro da família Bemberg a vender sua participação na
Quilmes em 2006, 118 anos após a sua fundação.
A AmBev, inclusive, desembolsou US$ 1,25
bilhão em troca de 34,46% das ações que ainda permaneciam em posse do Grupo
Bemberg. Desta forma, a AmBev fica com 91,18% do pacote acionário. No entanto,
levando em conta as ações com poder de voto, a AmBev passa a controlar 97,16%
da Quinsa – cervejaria que hoje mantém os direitos da Quilmes.
Desde 1981 o mercado cervejeiro argentino aumentou
cinco vezes. O consumo per capita atualmente é de 37 litros por ano. O mercado
é dominado pela AmBev que desde 1994 está presente na Argentina com a Brahma.
No entanto, desde a compra da Quilmes, a AmBev passou a controlar mais de 80%
do consumo argentino.
O
nome Quilmes é em homenagem ao antigo nome indígena da localidade onde a
fábrica foi instalada.
O
sabor da cerveja é bem parecido com o que o brasileiro está acostumado: é
refrescante e pouco complexo. Ideal para tomar durante um almoço em família ou
nos churrasco com os amigos.
Ficha
técnica
Tipo: Standard American
Lager
Teor
alcoólico:
4,9%
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