“A cerveja vai salvar o mundo! Eu não sei como, mas vai.”
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Esta imagem é muito comum de
ser vista de tempos em tempos pelas Redes Sociais dos entusiastas do causa
cervejeira. Há quem diga que o Catolicismo só vingou no mundo porque os padres
prometiam cerveja aos fiéis depois das missas. Há quem defenda que muitos
conflitos bélicos ao longo da História podem ter sido resolvidos tendo a
cerveja como elemento de destaque. Há quem acredite que o homem só se
estabeleceu em sociedades em decorrência do desejo de se produzir cerveja. O
que não faltam são teses que defendem esta bebida tão cultuada e amada ao longo
da História da Humanidade. E esse poder transformador da cerveja surge como
principal ingrediente do trabalho de uma equipe de Cervejeiros que lançaram uma
Cervejaria no final de 2016 cujo conceito tem tudo a ver com a urbanidade
cosmopolita de Sampa: a Guerrilha!
A marca chegou com três
estilos de cerveja que atendem bem a todos os perfis de consumidores, mas o que
mais me chamou a atenção foi o conceito do layout dos rótulos que trazem
elementos urbanos como tênis, bicicleta, grafites e os tão carismáticos
lambe-lambes. E mais: a Guerrilha! também tem a intenção de envolver ações
filantrópicas ao longo de sua jornada. Bem diferente, não?!
E, após um período de testes
neste começo de ano, a Guerrilha! está com suas Operações Comerciais se
iniciando neste finalzinho do mês de Maio e abaixo vocês acompanham o papo que
o Vamos Bebeer teve com o Eduardo Eloi, idealizador/proprietário da cervejaria
Guerrilha! quando do lançamento das cervejas – em evento que aconteceu lá na
São Paulo Tap House. O Eduardo é natural de Mogi das Cruzes e mora em São Paulo
há 10 anos!
Agradeço aos sempre parceiros
cervejeiros Luís Celso Jr e Rafael Gugliemi – ambos do BardoCelso.com – pelo
convite e pela atenção que tiveram conosco durante todo o evento de lançamento
da Guerrilha! Tâmo junto!
VAMOS BEBEER - Como vocês se conheceram? Como surgiu a intenção de
fazer esse trabalho?
Eduardo Eloi - Na verdade é um projeto a quatro mãos em que
eu desenvolvi o conceito da marca e o Igor Puorro é o Cervejeiro que está
trabalhando na produção das Cervejas junto comigo. Sou cervejeiro desde 2012
(fiz curso em Vassouras/RJ) e como achei que precisávamos de um Cervejeiro
ainda mais profissional, chamei o Igor e estou trabalhando mais na parte
Comercial, mas o Igor é quem está produzindo e lapidando as nossas produções!
Nos conhecemos na Acerva Paulista, em 2015 entrei na Associação dos
Cervejeiros de SP e fui Diretor de Eventos da Associação e o Igor estava na
Associação como Presidente. Participamos de muitas atividades juntos e como eu
sabia que ele estava querendo entrar para o Mercado Cervejeiro o convidei para
o meu projeto da Guerrilha!
VB - Então a intenção da Linguagem Visual e o Conceito da marca você já
tinha antes e precisava ter alguém para abraçar a causa contigo e você
precisava de ajuda, aí se encontraram e foi um casamento bacana?!
EE - Exatamente. O Conceito da Guerrilha eu comecei a pensar a partir do
momento em que eu comecei a fazer Cerveja Caseira que é algo apaixonante e é de
fato um Movimento. Você conhece muita gente, faz muitos amigos e posso dizer
que a minha vida mudou totalmente depois que eu comecei a fazer cerveja. E essa
coisa de você participar de um Movimento que é uma coisa pequena no Contexto da
Cidade e do Mundo, mas que muda as coisas, é o que me trouxe a ideia de fazer a
Guerrilha! A ideia dela é ressignificar o que é a palavra Guerrilha. Não é o
conceito de guerra, de violência... É o conceito de você mudar as coisas a
partir de pequenos movimentos que você faz na sua vida de dentro para fora.
Trazer coisas novas para as pessoas, fazer coisas legais como, por exemplo,
oferecer um show de rock gratuito na rua como estamos fazendo... Quis trazer
para o conceito da marca algo que fosse além da cerveja. Trazer o conceito de
que a Guerrilha! pode melhorar a cidade e o lugar onde moramos. Por isso todo o
conceito da marca é muito urbano (tênis, bicicleta, muros, grafite...).
Queremos passar essa ideia.
VB - E você já tinha os estilos que queria produzir? Você definiu com o
Igor?
EE - Isso é uma longa história... Eu queria desde o início lançar uma
cerveja clara, mais leve para ter no portfólio e a partir daí ir para as
“loucuras”. Então, a princípio, lançaríamos duas cervejas e a coisa foi
acontecendo e acabamos com três cervejas. Houve muita discussão entre nós e resolvemos
ir para uma Witbier, uma Lager e uma IPA porque entendemos ser um portfólio que
atende paladares diferentes. São cervejas de entrada que agradam ao público que
já está acostumado a cerveja artesanal e também o público que ainda está
descobrindo que é a grande massa de consumidores.
Podemos dizer que faz pouco tempo considerando que o projeto está
rolando desde 2014. E na verdade era para ter sido lançada em 2015, mas
apareceu o projeto daqui da São Paulo Tap House (em que sou Sócio) e uma coisa entrou
no meio da outra e o projeto da cervejaria ficou estacionado. E muitos eventos
da Guerrilha! devem rolar lá no bar!
VB - E estão produzindo onde? Com qual litragem inicial? Como está
sendo o início do trabalho?
EE - É interessante porque estou terceirizando a produção e ela é de um tipo
de parceira pouco usual. Ao contrário dos ciganos “padrão” coloquei
equipamentos na Cervejaria Guilda GIV (em Barretos/SP) que estava precisando de
equipamentos novos e conseguindo produzir cervejas ciganas com preço um pouco
mais baixo do que o que as ciganas têm feito. Dentro da parceira eu também
quero trazer a Guilda para ser divulgada em São Paulo. Compramos insumos e
garrafas juntos e nessa economia que fazemos em conjunto conseguimos repassar
para o preço final da cerveja que fica com valor mais baixo também! Quase como
se fosse uma Sociedade mesmo! E a litragem inicial de produção total dos três
estilos da Guerrilha! será de 2.500 Litros por mês.
VB - Quando foi que você se
apaixonou por cerveja? O começo da sua relação com a bebida...
EE - Em 2011 quando foi estudar inglês passando por países como Inglaterra,
Irlanda e Escócia. Como nunca tinha tomado cervejas como as que bebi lá, quando
voltei ao Brasil procurei um Curso para fazer cerveja e no final de 2013 fui
fazer o Curso de Tecnólogo em Vassouras (RJ) e comecei a ter ideias de fazer
várias cervejas. Fui fazendo, fazendo, fazendo, até que a ideia foi
amadurecendo, fui me aproximando de pessoas que foram me ajudando a fazer a
coisa acontecer...
VB - E essa questão do trabalho filantrópico que vocês estão
executando?
EE - A ideia é que a marca vá se construindo com o tempo, mas o conceito do
princípio é estarmos juntos com todos os movimentos que envolvam cultura,
voluntariado e de coisas boas e novas para as pessoas. É tão difícil falar
disso sobre uma marca que ainda está no começo, mas eu acho que de pequenas
coisas conseguimos ir montando e fazer esse conceito acontecer.
Mas e as cervejas?
As cerveja da Guerrilha! (da esquerda para a direita: Witbier, Hop Lager e IPA) |
4,5% de Teor Alcoólico
Cerveja dourada, brilhante e
levemente opaca. No aroma destaque para o dulçor do malte, leve biscoito e o
frescor mais cítrico do lúpulo. Na boca o lúpulo é bem mais perceptível em
primeiro plano e o malte em segundo plano (lembrando biscoito) formando um
sabor muito bacana. Corpo baixo, alta drinkability e extremamente refrescante! Para mim, é a melhor cerveja da Guerrilha!
5% de Teor Alcoólico
(Produzida com Pimenta Rosa, Zimbro, Coentro e Casca de Limão Cravo)
Cerveja de coloração amarelo
pálido e levemente opaca. No aroma o destaque para a pimenta (o grande diferencial
da cerveja) é bem notado em primeiro plano, sendo precedido pela presença do
condimentado da semente de coentro e um leve frutado da casca de limão no
segundo plano. Na boca os sabores são bem equilibrados e surpreendem por serem
tão leves (ainda mais a pimenta). Cerveja de corpo baixo e alta drinkability.
Em chope no dia do evento me pareceu melhor do que quando a degustei em garrafa
em casa (quando, inclusive, quase não se formou espuma).
5,5% de Teor Alcoólico
Cerveja de coloração dourada
com leve alaranjado. No aroma as esperadas nuances cítricas de maracujá e leve
manga, além do malte caramelado e que lembra também nuances de toffee. No sabor
o cítrico do maracujá fica em primeiro plano, e o malte em segundo. Tudo de
modo bem equilibrado e sem grandes surpresas. Tem corpo médio e boa
drinkability.
Todas as garrafas são Long Neck de 310 ml e foram assim definidas para que sirvam de convite para que você possa BEBEER sua cerveja direto “no bico”!
Seu bolso pergunta: Cervejas com Valor Médio entre R$ 12,00 e R$ 15,00
Renan Geishofer - Jornalista e Sommelier de Cerveja
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