terça-feira, 6 de junho de 2017

Vamos Bebeer no IX Bier Hub Festival (Edição Fevereiro/2017)

Bier Hub Festival


“Os alquimistas estão chegando...”. É o que poderia dizer Jorge Ben Jor sobre essas pessoas que mostram um lado todo peculiar – e por que não dizer, carismático - do Universo Cervejeiro: os Cervejeiros Caseiros (também chamados de home-brewers)! E quem são, o que fazem, onde vivem? Ao melhor estilo Globo Repórter o Vamos Bebeer explica!

A atividade de produzir cerveja em casa é uma das mais antigas ao longo da História Cervejeira. Afinal, as primeiras produções da bebida eram feitas para consumo próprio de uma casa ou de um vilarejo, por exemplo. Então podemos dizer, sem medo de errar, que se trata de uma atividade milenar e que, naturalmente, foi evoluindo ao longo do tempo.

Basicamente a produção de cerveja caseira no Brasil ganhou força na virada dos anos 1990/2000 fruto da ressonância que houve no nosso país do movimente da Revolução Cervejeira ocorrida no Mercado dos Estados Unidos. Além disso, o nosso Mercado também se beneficiou da chegada das primeiras importações de cervejas e do surgimento das primeiras cervejarias artesanais em nosso país. E o meu amigo Ulisses Malacrida (que capitaneia os trabalhos do Blog Malte Papo e da Casa de Brassagem) revelou que o movimento dos cervejeiros caseiros também se beneficiou da Internet e das Redes Sociais tendo sido formadas Comunidades de Caseiros no finado Orkut. E hoje o Mercado Nacional vive hoje a retomada de uma atividade que o país já vivenciou no passado no Brasil Colônia – com ênfase na Região Sul do Brasil – com as produções caseiras de famílias de imigrantes europeus (alemães, por exemplo) que também levaram esse conceito do homebrew para os Estados Unidos quando da sua colonização.

E no começo deste ano houve em São Paulo um evento que promoveu essa atividade e que destacou os produtores caseiros que concorreram a um grande prêmio: a oportunidade de terem sua receita sendo produzida em grande escala e ainda sendo vendida em todo o país! Nada mal, não?! Foi o que propôs o IX Bier Hub Festival, evento promovido no rooftop do elegante e descolado Edifício Tomie Ohtake entre as empresas WBeer.com.br e o Bier Hub.


Tomie Ohtake
Tarde de verão com sol e cerveja
no rooftop do Edifício Tomie Ohtake
(Foto: Cauê Diniz)
O evento reuniu cinco cervejarias caseiras que apresentaram suas cervejas ao público (mais de mil pessoas) que pôde votar na sua favorita, além da participação de um júri especializado. E a vencedora entrou no mês de Maio na seleção do novo clube de assinaturas da Wbeer.com.br - o Clube Wbeer na modalidade Bier Hub.

E quais foram as cervejas do evento?


  • OTH - India Pale Ale
  • NORMANDIE - Double Weizenbock
  • TITO BIER - Red Ale
  • LAWNESS - Black Seaweed Gose
  • TRIBAL - American Blonde Ale

Interessante notar é que no concurso entram variados estilos. Ou seja: a Organização quer fomentar a Cultura Cervejeira dando liberdade aos Cervejeiros Caseiros produzirem o que quiserem. E logo de cara nos surpreendemos com a estrutura montada no evento. E fiquei ainda mais pasmo quando descobri que o IX Bier Hub Festival foi organizado em praticamente um mês!

WBeer
Sanmy Moura Santos
WBeer.com.br

(Foto: Cauê Diniz)
Sanmy Moura Santos, responsável pelo Planejamento Estratégico de Comunicação e Marketing da WBeer, nos explicou que a empresa foi procurada pelo Bier Hub que quando apresentou o projeto fez “brilhar os olhos” da equipe da WBeer.

“Isso aconteceu porque a WBeer tem como posicionamento a democratização do consumo de cervejas especiais no Brasil! Temos a preocupação de disseminarmos conteúdo, informações, mostrar qual é o melhor jeito de se consumir cerveja, mas deixando também que as pessoas se sintam livres para beberem do jeito que elas querem. E quando vimos que há um grupo que quer potencializar os Cervejeiros Caseiros entendemos que seria ótimo impulsionar um projeto que já era grande e tem tudo para ficar ainda maior”, explica Samy que ainda destacou que à época notou que o Mercado ainda não possuía uma parceria como esta.

De modo que a WBeer entra com a expertise de negócio, com a sua capacidade de disseminação do nome das Cervejarias e com o apoio de posicionamento e construção de marca, logística de distribuição em todo o país e o jeito de fomentar a educação cervejeira para um público maior. “Assim retomamos o principal interesse da empresa que é a democratização da cerveja no país”, pontua.

E essa mescla de experiências em áreas diferentes também está no DNA do Bier Hub (em operação desde meados de 2016). O economista Diego Valverde (fundador do Bier Hub) nos contou que o Bier Hub nasceu de uma conversar de bar entre ele e o seu sócio. “Na época eu trabalhava com aceleração de StartUps e ele estava começando a entrar no Mercado de Cervejas Artesanais. Aí identificamos que a necessidade do cervejeiro é muito parecida com a do cara que tem uma empresa de biotecnologia, por exemplo, que é: ter acesso de capital e profissionalização do produto e da empresa como um todo, da legalização do produto... Temos diversos perfis de cervejeiros e queremos trazer mesmo é a possibilidade de eles transformarem o hobby em negócio e com a nossa experiência em negócios os ajudaremos a fazer isso!” analisa.

Diego Valverde
Diego Valverde - Bier Hub
(Foto: Cauê Diniz)

A relação próxima entre a Bier Hub e os Cervejeiros Caseiros facilitou o contato dos participantes que, antes do evento, somando-se 30 projetos, passaram por uma primeira seleção entre quais seriam os cinco participantes do IX Bier Hub Festival.

Diego ainda destaca que o próprio “ecossistema dos cervejeiros” já tem enraizado o conceito da colaboração em que não se notam birras e intrigas. Pelo contrário. O que mais se vê é o incentivo para que todo mundo se ajude a lapidar as melhores receitas. “A Equipe do Bier Hub é muito unida! É uma família! “Se coloca pra gente fazer, a gente faz mesmo! Então, foi difícil, mas conseguimos fazer!”, finaliza.

Cervejaria OTH
Um dos membros dessa “família cervejeira” é o cervejeiro Amilcar Parada, dono do bar Capitão Barley e responsável pelo projeto da Cervejaria OTH. Consumidor antigo de cervejas artesanais e importadas, Amilcar passou a se interessar pela produção de cervejas após participar da feira Brasil Brau. “Fui como curioso para conhecer equipamentos de produção e conheci o Luiz, um dos sócios da cervejaria DUM de Curitiba. Ele estava lá no stand da Acerva servindo cerveja caseira e me explicou como produziu. A partir deste dia comecei a pesquisar sobre produção, comprei um kit pela internet e fui aprendendo sozinho. Depois disso vieram contatos com cervejeiros caseiros de São Paulo (dentre eles o Victor Marinho que hoje está na cervejaria Dádiva; Luciano, Leonardo e Bruno que são os donos da Dogma) e aí comecei a aprender com eles também”, explica o publicitário que fez sua primeira produção caseira em outubro de 2011.

Sua cervejaria cigana, a OTH, aposta em um modelo de negócio colaborativo. O cervejeiro caseiro que quer produzir sua própria cerveja faz um investimento financeiro em cotas de produção e ajuda na definição da receita e é possível até entrar no projeto para a confecção do layout do rótulo. Além de a OTH também abrir espaço para o recebimento de doações de entusiastas da causa que não sejam propriamente mestres-cervejeiros. A American IPA da OTH estava recém-produzida e, por isso, foi o estilo levado ao evento. E a escolha do estilo se deu também pela sua popularidade.

Cervejaria Normandie
E parece que o Capitão Barley pode ser o local de atenção de muitos cervejeiros caseiros de São Paulo. Isso ocorre porque o projeto da Cervejaria Normandie também teve o bar como “maternidade”. “Conheci o Diego (Bier Hub) através do pessoal do Capitão Barley. Tomamos umas cervejas lá no bar, conversamos e ele me abriu essa porta. Participei na primeira vez com esta mesma receita e peguei o segundo lugar”, revela Fabio Chaves, proprietário da Normandie.

Fábio gosta da Cultura Nórdica e Escandinava e trouxe esse conceito para a sua cervejaria cigana que começou em um apartamento no bairro das Perdizes em São Paulo e se mudou para a cidade de Socorro (interior de São Paulo) onde ele pôde ter um espaço melhor para morar e fazer suas receitas. “Há cinco anos que consigo viver da cerveja que eu produzo!”, enaltece. Por gostar de cervejas Bock e de Trigo, o cervejeiro misturou os estilos apresentando sua Double Weizenbock.

Cervejaria Tito Bier
E por falar em referências da Escola Alemã, a cervejaria Tito Bier também tem em sua origem um pé no país da Oktoberfest. O cervejeiro Claus Lehmann, responsável pelo projeto, é filho de alemães nascido no Brasil e já estudou por um tempo em Munique. “Sempre gostei de cerveja, além de ser Fotógrafo e trabalhar com Revistas. Aí certa vez fiz uma matéria para a Revista da Gol fotografando quem fazia cervejas artesanais pelo país e eu vi que era muito simples e eu poderia fazer a minha. Fui fazendo cursos e passei a produzir, em 2012, 20 litros de cerveja toda semana. Fui nesse ritmo até 2014. Em 2015 fui para outras receitas e em 2016 fomos à Dádiva fazer como ciganos (com MAPA e todos os registros)”, conta. E quando questionado sobre o que pretende com o projeto, Claus destaca de modo bem humorado que eles querem continuar como ciganos para poderem viajar e tomarem cervejas em outros lugares. “Não quero virar um RH!”

A cervejeira traz o conceito de inventividade de pegarem receitas clássicas e darem um toque diferente. Ao passo de que a Trotsky Red Ale partiu de uma clássica Irish Red Ale em que, por gosto pessoal, foram tirando o corpo e jogando um pouco de lúpulo cítrico das American IPAs. “É a nossa ‘Brazilian Red Ale’!”, define!

Cervejaria Lawless
Inventividade também está no DNA do projeto da Lawness. O advogado e Sommelier de Cerveja Jorge do Val nos explicou que a sua cervejaria estava no evento com a intenção de provocar o paladar do público ao apresentar uma cerveja que reunia todos os cinco gostos básicos (salgado, azedo, amargo, doce e umami). De modo que a Black Seaweed Gose foi a cerveja que eu mais gostei de BEBEER no evento.

“Nesta nossa piração, fizemos escura para que as pessoas pensem que tem algo torrado, de café nela, mas quando bebem sentem que não tem”, destaca Jorge que ainda finalizava o serviço da cerveja colocando sal negro.

O projeto nasceu pela reunião de amigos que se conheceram no Curso de Sommelier de Cerveja. Como Jorge já fazia cerveja, convidou os amigos para produzirem também e tiveram uma boa sinergia na produção. “Acreditamos que cerveja é experiência e não somente o fato de toma-la! Aí tivemos a ideia de fazer uma cerveja com alga e logo veio essa intenção de produzir uma cerveja que mesclasse os cinco gostos básicos. Fomos atrás de saber como produzirmos de modo até experimental porque só temos algumas referências fora do Brasil sobre o uso de alga (pesquisamos até no Japão). E juntando todos esses conhecimentos fizemos esta cerveja!”, conta Jorge que ainda destacou o fato de estarem lá não apenas buscando o prêmio, mas sim para “provocar os consumidores a saírem de suas zonas de conforto”.

Cervejaria Tribal
Por outro lado, o casal Rebeca Barreto e Cassio Danilo Sanches estavam no evento com muito entusiasmo e energia em busca de fazerem história no evento. E em uma rápida conversa comigo, Rebeca já deixou claro que a dupla estava de corpo e alma apresentando, pela primeira vez a um grande público, a versão da Cervejaria Tribal para o estilo Blond Ale. “A Xamã quer trazer as peculiaridades regionais do Brasil com uma cerveja fácil de beber no calor e em volume. Para isso, usamos o capim limão que dá toques mais cítricos à bebida”, explica.

Sobre o início da Tribal, Rebeca conta que o casal, que se apaixonou pelas cervejas artesanais e mantém este hobby há 5 anos (mesmo tempo em que estão casados), resolveu aprender a fazer sua própria cerveja. “Aprendemos literalmente no YouTube. A nossa primeira produção, de cinco litros, saiu azeda, mas nós a adoramos porque nós é que tínhamos feito e fomos nos aprimorando. Aí um dia em casa notamos que tínhamos muito Capim Limão que nós gostamos e percebemos que essa junção de uma cerveja extremamente leve com um chá de aroma muito cítrico casariam perfeitamente. E assim surgiu a Xamã”, conta.

E foi esta a cerveja vencedora do concurso! A Xamã é bem leve, refrescante e cheia de personalidade. Apresenta coloração alaranjada com leve turbidez; aroma que traz muito destaque herbal (proveniente do Capim Limão), frutado (lembrando damasco e pêssego) e leve condimentado; na boca notam-se o corpo baixo, cítrico lembrando limão bem presente, alta carbonatação e refrescância. Uma cerveja de fácil BEBEERabilidade e que pode agradar a todos os tipos de paladares.

Foto dos Campeões da Cervejaria Tribal que levou ao
IX Bier Hub Festival a sua American Blond Ale chamada Xamã
(Foto: Cauê Diniz)

Para compra-la e também para saber mais sobre a WBeer, acesse o site!

O Vamos Bebeer agradece à Assessoria de Imprensa da WBeer pelo convite e pela assistência durante todo o evento e também agradece a todos os participantes pela oportunidade de ter conhecido mais detalhes sobre suas histórias!

Vamos Bebeer
Entre avaliações, entrevistas e brindes,
uma pose para a foto da Equipe do Vamos Bebeer!

Um forte abraço a todos e VAMOS BEBEER!

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