Olá cervejeiros e cervejeiras! Tudo bem?
Cá estamos no pós-eleição presidencial. E
errou quem acreditava que os eleitores se acalmariam depois do resultado das
urnas. Afinal, a vitória de Dilma Rousseff motivou uma enxurrada xenofóbica com
eleitores que chegaram a desejar que o país fosse dividido. Afinal, ~ por culpa
do povo nordestino ~ o PT continuou no poder.
Este blogueiro reconhece que é fundamental
para um país que haja debate político, mas repudio qualquer tipo de
preconceito. Ainda mais com o povo nordestino que é um dos que mais sofre na
história do nosso país e continua muito carente de investimentos.
Por essa razão, venho mostrar que se não
fosse o nordeste – e a rapadura – não teríamos aqui no interior de São Paulo a
produção de uma das melhores IPA’s do Brasil: a Colorado Indica.
Vamos conhecê-la?
Aquela
que é doce, mas não é mole
Um dos doces mais típicos do Brasil, a
rapadura surgiu como solução para o transporte de açúcar em pequenas
quantidades para o consumo das pessoas. Afinal, no século XVI não havia tecnologia
que impedisse que os grãos de açúcar fossem mantidos estocados sem umedecerem
ou melarem. De modo que a rapadura podia ser transportada e consumida por
viajantes mantendo-se intactas por meses.
O processo de fabricação consiste na moagem
da cana-de-açúcar, fervura do caldo depois da decantação para limpeza de
impurezas, moldagem e secagem. Os sertanejos nordestinos já consumiram muita
rapadura com a farinha em seus locais de trabalho. Há ainda quem adicione
castanha-de-cajú, coco e amendoim.
O
estilo Colorado
A cervejaria Colorado é - sem sombra de
dúvidas - uma das maiores e mais famosas cervejarias artesanais do país e
ciente de que nosso Brasilzão é plural em estilos, sabores e aromas, se
beneficia desse cenário. Afinal, se no país faz sucesso o “chiclete com banana”,
café com leite, rock com maracatu e solos de guitarra com tambores de
candomblé, por que não produzir cervejas “misturadas”?!
E assim nasceram as
cervejas Colorado que levam ingredientes como café, mandioca, mel, castanha do
Pará e a rapadura.
A Colorado é uma das pioneiras no mercado
cervejeiro artesanal do país (desde 1996) e acumula prêmios nacionais e internacionais.
Tanto que países como França e Estados Unidos também já conhecem os sabores da
cerveja do Urso de Ribeirão Preto.
Mas e
a cerveja?
Já começo essa análise com uma provocação
que justifica a minha escolha dessa cerveja como a cerveja do momento
político-social do país. De início cito o estilo da Colorado Indica: uma India
Pale Ale. Ou seja, é o estilo que nasceu na Inglaterra – podendo ser adorado,
então, pelo público ~ elitizado/sulista do Brasil ~ que pode sair por aí se
gabando de só tomar cervejas importadas. Em contrapartida a rapadura - tão
popular no Nordeste - entra em cena mostrando que é um grande alimento e grande
opção para a gastronomia. De modo que a tradição cervejeira inglesa faz um mix
perfeito com a originalidade e simplicidade dessa iguaria Made in Brazil.
A cerveja, portanto, é produzida com malte (convencional
e tostado) e lúpulo (inglês) rigorosamente selecionados, água do aquífero
Guarany (uma das maiores e mais puras reservas de água doce do mundo) e
rapadura. Uma soma perfeita vencedora de muitos prêmios.
O sabor da cerveja é o de uma IPA
tradicional com aroma e amargor bem balanceados. Como não poderia deixar de ser,
há uma doçura devido à adição da rapadura. Mas é uma doçura também bem
equilibrada e que não “enjoa”. Muito pelo contrário. Afinal um gole pede outro,
outro, outro...
A Colorado Indica harmoniza bem com pratos
mais fortes e picantes e também com queijo gorgonzola.
Esta é uma das melhores IPA’s que eu já
provei e a Colorado acerta em dizer que suas cervejas de tão plurais tornaram-se
únicas. E de tão brasileiras tornaram-se internacionais.
Então preconceituosos de plantão, pensem bem
antes de cogitarem a divisão do país. Afinal, o nosso país precisa muito de
todas as regiões. E vão lá tomar uma Indica para acalmarem os ânimos,
abestados...
Um brinde ao Brasil!
Ficha
técnica
Tipo: India Pale Ale
Teor
alcoólico:
7%
Seu
bolso pergunta:
Preço
médio:
R$ 15,00 (600 ml)
Onde
comprar?
Fácil de encontrar em muitos supermercados como Pão de Açúcar e Mambo
Onde
tomei pela 1ª vez?
Churrasco com o amigo Aureo Barbosa em sua loja Novarte Acabamentos.
Por
que tomei?
Convidados do churras me convidaram para provar. Aí matei a vontade de
conhecer!
Novo
fã
Indiquei esta cerveja para o meu chefe Gabriel Cinquini no meu primeiro Happy
Hour com a equipe da Altamidia e o cara pirou. Virou fã de carteirinha!
Nenhum comentário:
Postar um comentário