É amigos cervejeiros, ainda sou um novato nesse segmento
de apreciadores de cerveja. Com apenas 24 anos de idade e pouco mais de um ano
degustando os mais variados rótulos, ainda não estou perto de ser um grande
conhecedor, mas já posso garantir a muitos que sei o que é cerveja mesmo –
deixando de lado muitos “cervejões” que nos são apresentados nas propagandas da
TV.
E pensando na minha idade, me remeto ao ano de 1989 –
famoso por ter sido o da Queda do Muro de Berlim – que foi o ano em que nasci.
É fato que naquele ano com pouco mais de nove meses de vida eu nem sabia ao
certo o que significaria ganhar um presente de Natal. Mas se eu tivesse 24 anos
em 1989 certamente pediria para que o Bom Velinho me presenteasse com uma bela gelada.
Que não obrigatoriamente deveria estar debaixo da árvore de Natal de casa na
manhã do dia 25 – desde que fosse recompensador esperar pelo presente dias
depois. É o que aconteceria se eu tivesse tido a oportunidade de degustar em 26
de dezembro de 1989 os primeiros goles da Delirium Tremens, cerveja belga que é
considerada uma das melhores do mundo.
A Delirium Tremens é produzida pela cervejaria Brasserie
Huyghe que nasceu no ano de 1906 quando Léon Huyghe – seu fundador - chegou à
cidade de Melle, na província de Flandres Oriental na Bélgica, e comprou uma
antiga cervejaria. No início, Huyghe deu o nome de Mouterij den Appel à sua
cervejaria. Durante a 1ª Guerra Mundial os tanques de brassagem e fervura foram
todos confiscados pelos invasores alemães por serem de cobre. Estes tanques
tiveram que ser repostos depois. Somente em 1938 a cervejaria recebeu o nome de
Brasserie Léon Huyghe.
Até o ano de 1985 o foco da cervejaria era a produção de
cerveja Pilsen. Depois de grandes investimentos em uma reforma radical na
empresa é que a produção de cervejas Ales foi iniciada. A mais famosa delas é a
Delirium Tremens, uma Belgian Strong Ale. A bebida usa de três diferentes tipos
de fermento e é também fermentada por três vezes sendo que a última é na
própria garrafa.
A embalagem é um caso a parte. Vemos uma garrafa branca lembrando
o aspecto de cerâmica (que na verdade é embalada em um papel alumínio) e no
rótulo um elefante cor-de-rosa é o mascote da bebida. Vale colocar na
prateleira da sua coleção.
A Delirium Tremens ganhou fama no mundo cervejeiro e já
foi considerada a melhor cerveja do mundo quando recebeu a medalha de ouro no
World Beer Championship - em Chicago - no ano de 1998.
O nome vem do latim e é utilizado para descrever a reação
de psicose causada pela abstinência em alcoólatras. Provável razão para o
símbolo de a cerveja ser um elefante cor-de-rosa.
A bebida tem sabor amargo e é levemente adocicada – ideal
para quem gosta de bebidas mais encorpadas. A coloração é uma dourado levemente
âmbar (que faz brilhas os olhos de quem aprecia a cerveja com todos os sentidos
sensoriais).
Há também o Delirium Café (em Bruxelas – capital da
Bélgica) que é o bar que faz parte da cervejaria que conta com filiais nos
Estados Unidos, Japão e Suécia e que já esteve no livro do recordes com a maior
carta de cervejas do mundo. Geralmente estão disponíveis para os clientes do
bar cerca de 2.000 cervejas diferentes.
Então se o Papai Noel um dia se atrasar, não se desespere.
Afinal de contas, todo dia é dia para sermos presenteados com novas e
excelentes cervejas para colocarmos no currículo!
Ficha técnica
Tipo: Belgian Golden Strong Ale
Teor alcoólico: 8,5%
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